O NOVO TESTAMENTO (5)
EXPLICAÇÃO DE ALGUMAS PARÁBOLAS
Obs:
Sugere-se a leitura prévia dos textos indicados,
a
fim de ser melhor compreendida a explicação.
Primeiro grupo de parábolas: Cristo, Salvador dos Pecadores
1. A parábola da pecadora (Lc 7,36-50).
Esta
parábola é dirigida aos fariseus, na pessoa de Simão. E ainda na
pessoa deste, a todas as pessoas maliciosas. Qual a compreensão
desta parábola (isto é, o seu sentido)?
Conclui-se
pela pergunta feita a Simão: "Qual deles mais o amará?" e
a resposta: "A quem mais foi perdoado". Ou seja, o perdão
precede o amor.
Outras
parábolas deste mesmo grupo, com a mesma lição: a Samaritana, a
Mulher adúltera, Zaqueu, os trabalhadores da vinha, publicano e o
fariseu).
2. O Fariseu e o Publicano (Lc 18, 9-l4)
Hoje a
história narrada nesta parábola já perdeu mais a sua força. Mas
era um escândalo naquela época, pois o tipo de oração que todo
fariseu fazia era aquele. O caso do jejum, por exemplo, só era
obrigatório uma vez por ano, mas o fariseu fazia com maior
frequência; o dízimo era pago pelo produtor e não pelo comprador;
todavia, o fariseu tinha escrúpulo de que o vendedor não tivesse
pago, e na dúvida, pagava por ele.
A oração do publicano era
pobre e sem sentido para o judeu, no entanto foi a que mais agradou a
Deus. Isto era um verdadeiro contrasenso para eles. O ensinamento,
pois, aqui é o seguinte: Deus ajuda a quem tem mais necessidade e é
humilde, tem consciência disso. O reino do céus é para os que
precisam, não para os que são autosuficientes e acham que já têm
tudo.
3. Zaqueu (Lc 19, 1-10)
Para
entender esta parábola, é necessário saber que perante os judeus,
havia duas classes de pecadores:
a)
pecadores morais - aqueles desobedientes da lei, os transgressores da
lei;
b)
pecadores por condição - aqueles que exerciam profissões
coonsideradas impuras, como a de pastor, publicano, cobrador, que
eram ipso
facto
considerados pecadores.
Estes
não eram admitidos como testemunhas na justiça nem exerciam os
cargos políticos. O fato de JC ir à casa de Zaqueu é uma atitude
contra este preconceito. O próprio Zaqueu admirou-se disso.
4. Filho pródigo (Lc 15, 11-32)
O filho
que se revoltou contra o irmão irresponsável era o retrato dos
fariseus. Eles se julgavam merecedores de todos os favores divinos,
porque se consideravam justos e bons, sempre obedeciam a lei. O
pródigo era o caso dos publicanos, os cobradores, os que eram
considerados deserdados por Deus.
Esta parábola é dirigida
contra aqueles que se acham merecedores das bênçãos e desprezam os
outros, por achar que eles não merecem.
Assim neste mesmo sentido são
as parábolas da ovelha perdida (Lc 15, 4-7) e da dracma perdida (Lc
15, 8-10) e a da grande ceia (Lc 14, 16-24).
5. Parábola da Vinha (Mt 20,1-16)
Os fariseus, simbolizados pelos que trabalhavam na vinha desde o começo do dia, achavam que deviam receber uma recompensa maior de Deus do que os publicanos, representados pelos que tinham começado a trabalhar nas últimas horas do dia. Mas a recompensa fora igual para todos. Os fariseus se revoltaram, porque se consideravam os únicos merecedores.
Podemos notar que todas estas parábolas formam um grupo que contém uma mensagem no mesmo sentido: todas têm como ensinamento central "Cristo, salvador dos pecadores".
Segundo grupo de parábolas, estas referentes ao Reino de Deus.
1. Parábola do Grão de Mostarda (Mt 13, 31-32 )
A
finalidade desta parábola é mostrar através de uma comparação
que acontece com o reino de Deus o mesmo que acontece com a semente
plantada. É algo que teve um inicio tão pequeno, tão humilde, mas
será mais tarde uma apoteose. O importante na parábola é mostrar o
contraste entre o início e o fim do processo.
O modo como Cristo apresenta
isto para os judeus é o mesmo usado desde antes, quando sempre a
imagem de uma grande árvore significa um grande Reino. As aves de
que fala o evangelista não teriam sentido para os judeus. Mas para
os pagãos já transmitem um significado de segurança, por isso são
acrescentadas por Mateus, que escrevia para povos não judeus.
2. Parábola do fermento (Mt 13, 33)
Outra parábola deste grupo é a do fermento na massa. O fermento é em si uma coisa má, que corrompe a massa, mas JC dá um sentido novo de favorecer o crescimento da massa, para melhorar a qualidade do pão.
Este outro grupo de parábolas mostra a evolução do reino de Deus, comparando com alguns fenômenos naturais, a fim de tornar este ensinamento mais didático para o povo. Este era, aliás, o objetivo geral de todas as parábolas.
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